É impressionante a quantidade de propagandas com objetivos comerciais com que convive a sociedade moderna. Elas são veiculadas a todo o momento e no mundo todo. E disso, os norte-americanos entendem muito bem. Mas, seus vinhos são empurrados por esse marketing ou possuem qualidade e estilos diferenciados? Pois fique sabendo, embora a enorme influência do marketing e da crítica especializada, os vinhos norte-americanos fazem bonito no planeta inteiro e o estilo Novo Mundo está a cada dia conquistando mais apreciadores.
Com um terroir único e implementação de modernas técnicas, os Estados Unidos estão produzindo grandes vinhos, que estão entre os melhores do mundo.
A região de maior prestígio na produção desses vinhos é a Califórnia, embora outros estados também produzam ótimos vinhos como o Estado de Washington e o Oregon.
Os tintos, geralmente elaborados com a emblemática Cabernet Sauvignon, uva que se adaptou muito bem no oeste americano e ocupa grandes vinhedos nessa região, são vinhos encorpados, potentes, de coloração forte, ricos e agradam bastante. Os brancos, em sua ampla maioria, são elaborados com a uva Chardonnay que é intensamente cultivada em imensos vinhedos das regiões mais frias e estão entre os vinhos mais aclamados do mundo.
Os Estados Unidos passaram por dois períodos muito negativos para a vinicultura, que refletiu em graves consequências para o mundo do vinho.
Primeiramente, no meado do século XIX, com a praga da Filoxera, que quase dizimou a indústria vinícola europeia. Com origem norte-americana, este pulgão foi introduzido acidentalmente no sul da França e se alastrou pela Europa.
Depois, com a promulgação da “Lei Seca” em janeiro de 1920 e que permaneceu até dezembro de 1933. Mais conhecida como “Proibição”, a lei proibia a produção, o transporte e a comercialização de todas as bebidas alcoólicas em todo o país.
Dessa forma, as bebidas alcoólicas passaram a ser controladas e comercializadas na clandestinidade. Muitos contrabandistas fizeram imensas fortunas, como é o caso do famoso Al Capone que conquistou um verdadeiro império e assim, “comprava” polícia e autoridades que o penalizavam.
Mas, com o fim da Proibição, vários grupos de devotados vinicultores deram início a uma rápida recuperação e a Califórnia ganhou destaque no cenário mundial.
Hoje, os Estados Unidos produzem alguns dos melhores vinhos do mundo. Tintos e brancos são venerados e contemplados, como o Opus One, Stag`s Leap Cask 23, Château Montelena entre outros que são sempre cultuados e apreciados a elevados preços. Suas reputações foram conquistadas por suas qualidades incomparáveis, mas indiscutivelmente, pelas invocações de um marketing austero permeado pela implacável crítica especializada que não poupa empenho e dedicação para exaltar os produtos norte-americanos por todo o planeta.
Portanto, constantes investimentos, inovações tecnológicas apoiadas por enormes campanhas promocionais, resultam em grandes expansões de seus vinhedos e produtos de qualidade mais apurada. Infelizmente, os preços acompanham esses fortes apelos comerciais e ficam cada dia mais altos.
Quase todo o Estado da Califórnia, mas principalmente as regiões de Carneros, Napa Valley, Sonoma, Mendocino e Monterey e os Estados de Washington e Oregon, possuem clima e solo favoráveis à vitivinicultura. É amplo e claramente notório o plantio das uvas Cabernet Sauvignon e Chardonnay, mas outras variedades são cultivadas com muito sucesso como a Merlot, Syrah, Pinot Noir, Riesling e produzem excelentes exemplares.
Mas, há mais de um século o Vale do Rio Napa produz os melhores vinhos tintos dos Estados Unidos. Muitos ricos e famosos disputam os principais exemplares em leilões de caridade a preços exorbitantes e desmoderados.
Porém, a uva Zinfandel foi a que mais se ressaltou nos Estados Unidos devido a sua ótima adaptação, alta produtividade e seu amadurecimento prematuro, ou seja, adiantado. Grandes volumes dos vinhos norte-americanos são produzidos com essa uva.
No início dos anos 90, através de testes de DNA, chegou-se à conclusão de que a uva Zinfandel é a mesma uva de origem italiana, a Primitivo.
Existem vinhos brancos elaborados com a uva Zinfandel e também rosés. Mas os melhores são os tintos encorpados, com ótima estrutura, produzidos com essa uva.
De forma diferente dos países europeus, nos Estados Unidos os rótulos dos vinhos trazem com clareza as indicações das variedades de uvas com as quais os vinhos foram elaborados.
O sistema de Denominação de Origem Controlada utilizada no país é bem diferente das classificações utilizadas nos países europeus. É adotado um sistema denominado de AVA – American Viticultural Area, que apenas designa a área do vinhedo, sem a obrigação de especificar e definir as exigências de uma DOC, por exemplo, que indica o tipo de uva utilizada, delimitação de vinhedos, quantidade máxima de produção por hectare, entre outras exigências da lei.
Portanto, para os apreciadores de vinhos tintos encorpados, de excelente estrutura e concentração, opacos, potentes, com agradáveis aromas de frutas vermelhas, uma ótima sugestão são os vinhos norte-americanos elaborados com a uva Cabernet Sauvignon.
Quanto aos brancos, com os vinhos da uva Chardonnay, indiscutivelmente, os americanos conquistaram o mundo. Vinhos com ótima acidez, frescor, com sabor de frutas tropicais, com muito charme e classe, equiparados aos melhores Chablis franceses.
É simples e fácil concluir porque os vinhos norte-americanos estão cada vez mais conquistando apreciadores no mundo inteiro. Muitos produtores seguem seus passos e o estilo Novo Mundo agrada, encanta e contagia.
Acompanhando uma boa tábua de queijos, junto aos amigos e familiares a conversa é animada, alegre, descontraída e não tem hora para terminar.
Agora… Pegue sua taça.
Um brinde a todos apreciadores de bons vinhos!!
SAÚDE!!
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