Não existe vinho orgânico e sim cultivo orgânico. Fique atento.

Provavelmente você já ouviu falar, ou até mesmo já procurou por um vinho orgânico, não é mesmo? Realmente esses termos estão muito na moda, assim como essas atribuições de qualidade ou esses diferenciais que nos chamam a atenção. Sejam orgânicos, ecologicamente corretos, naturais, biológicos… buscamos sempre o melhor quando a questão é nossa saúde.

Mas não se deixe enganar. Vinhos ecológicos, orgânicos, etc…  etc…   não existem.

É exatamente isso. A forma correta de dizer seria “vinhos produzidos a partir da agricultura orgânica”. Vamos ilustrar esse assunto e entender os conceitos dessas agriculturas conhecidas como orgânicas, biodinâmicas e por aí a fora.

O que estamos acostumados a ouvir é realmente o termo “vinho orgânico”. Mas não fique surpreso, muita gente confunde isso e é também uma estratégia usada por muitos produtores certificados, ou seja, aqueles que adotam uma forma de agricultura fundamentada na legislação pertinente. Dessa forma, promovem seus vinhos e conquistam uma boa parcela de consumidores que aderem à filosofia de consumo desses produtos.

Parece complicado, mas não é. Vamos detalhar esse assunto para ficar bem entendido.

O que estamos habituados a chamar de vinhos orgânicos são os vinhos elaborados com uvas geradas a partir de uma agricultura que utiliza apenas produtos naturais como fertilizantes e também contras as pragas que atacam o vinhedo. Nesse tipo de cultivo existe uma preocupação maior com o meio ambiente, com a preservação natural do solo, com as videiras, com a saúde e bem estar do ser humano de forma geral. É uma forma racional de preservar a biodiversidade integrando o cultivo às espécies animais e vegetais. Assim, não pode ser aplicado na lavoura nenhum tipo de produto químico, como os fertilizantes sintéticos e os inseticidas, fungicidas, pesticidas e muitos outros que popularmente chamamos de “agrotóxicos”.

Contudo, no processo de vinificação dos vinhos orgânicos, o uso de leveduras e do conservante dióxido de enxofre, que lemos nos rótulos dos vinhos como anidrido sulfuroso – INS 220 – embora em quantidade muito abaixo dos demais vinhos tradicionais, ainda são permitidos e amplamente utilizados. Inclusive o INS 220 é usado, mesmo que em quantidade ínfima, na elaboração dos chamados “vinhos naturais”.

No Brasil, esse tipo de agricultura segue rígidas regras e são avaliados e certificados por órgãos credenciados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

Em nossos dias, há ampla necessidade desse tipo de cultivo, de lavoura, de plantio, pois só assim estenderemos a capacidade do ser humano interagir com o mundo, produzindo alimentos mais saudáveis, preservando o meio ambiente sem comprometer os recursos naturais das gerações futuras. Isso não é nada menos do que sustentabilidade.

O tema “sustentabilidade” é pauta em todo o planeta na atualidade. Desta forma, atingiu os mais diversos mercados e não poderia ser diferente com o vinho.

Por isso, todos os países possui leis e normas que regulamentam o uso do solo e seus produtos. Existe uma legislação apropriada para cada tipo de cultivo. A grande dificuldade é que em cada país a legislação é prescrita diferentemente e isso resulta em imensas confusões para os consumidores.

Quanto aos vinhos biodinâmicos, podemos dizer que são conceitos mais aprofundados em relação aos conceitos dos vinhos orgânicos. Nesse cultivo são levados em consideração, além dos conceitos orgânicos, as concepções filosóficas, espirituais, astrológicas, como as fases da lua, posição dos astros, etc.

Os vinhos biodinâmicos também seguem normas e são igualmente certificados.

Portanto, já percebemos que os cultivos seguem basicamente os mesmos fundamentos. Sejam naturais, ecológicos, orgânicos, biodinâmicos, etc. Um conceito se sobrepõe ao outro com métodos mais rigorosos. O assunto gera um longo debate, pois até mesmo cada produtor defende uma postura diferenciada e uma filosofia singular sobre esta tese.

O que importa é que tudo visa uma qualidade superior. Seja na elaboração dos vinhos ou na elevação de nossa qualidade de vida. Isso é a essência do conceito. Isso é o fundamental.

Vimos que não existe “vinho orgânico” porque somente a plantação, o vinhedo, a fruta, a uva pode ser orgânica, biodinâmica, etc.

Fica cada vez mais exaltado e enobrecido o tema “sustentabilidade” por que essa é uma tendência de todo o planeta. Essa é uma conduta que realmente fará a diferença. Permitirá uma produção mais apurada, preocupada com a vida, com a felicidade das pessoas, com os recursos do planeta, com o bem estar, com preços acessíveis a todos, com as pessoas e toda a sociedade.

E por falar em qualidade de vida, com alegria e felicidades das pessoas…

É por esses motivos que nos encontramos sempre aqui…

Um brinde à alegria, aos bons vinhos, à felicidade de todos nós…

SAÚDE!!!


Comentários

2 respostas para “Não existe vinho orgânico e sim cultivo orgânico. Fique atento.”

  1. Avatar de Renato Carvalho
    Renato Carvalho

    Mais um post muito bom !
    Parabéns! !

    1. Obrigado Renato! Um forte abraço.

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