É no noroeste da Itália, Província de Cuneo, aos pés dos Alpes, quase divisa com a França, que é produzido um dos vinhos mais importantes deste país: o vinho Barolo. Seu prestígio vai muito além das fronteiras desta nação, pois ele é, com certeza absoluta, um dos mais famosos do mundo. Não é à toa que os italianos dizem que ele é o vinho dos reis e o rei dos vinhos.
A origem de seu nome vem da pequena comuna italiana de Barolo, na região do Piemonte. Essa cidade possui, aproximadamente, 700 habitantes e compreende uma área de 5 Km². Piemonte significa literalmente “Pés do Monte”. É nesse e somente nesse terroir, de clima subalpino, marcado por um solo alcalino, calcário, com grande quantidade de manganês e magnésio, porém único e abençoado, que os vinhedos frutificam e nos presenteiam com as maravilhosas e tão cobiçadas uvas Nebbiolo. É nessa localização geográfica, que está a origem do esplendoroso vinho Barolo.
Com convicção absoluta a pergunta já está aí na ponta da língua: Mas, por que somente nesse local do Piemonte são produzidos, com a uva Nebbiolo, vinhos com este elevado nível de qualidade?
Simplesmente uma questão de terroir. (Pronuncia-se “terroá” – palavra francesa usada em todo o planeta para expressar as condições do vinhedo: sua localização, tipo de solo, a topografia, a drenagem, a temperatura durante o inverno e verão, a incidência de sol e chuvas, a ocorrência de ventos, etc. Esses fatores são essenciais para produção de uvas de qualidade). É notório que muitos já tentaram, porém… Produtores de vários países cultivaram essa uva e elaboraram seus vinhos com modernos métodos de vinificação, mas não conquistaram o mesmo sucesso. Por isso, esse terroir é único e abençoado. O vinho Barolo possui DOCG – Denominação de Origem Controlada e Garantida e é frequentemente considerado pelos especialistas como um êxtase, vinho excepcional, de extraordinária qualidade devido às suas marcantes características.
O Barolo é um vinho avermelhado, de grande estrutura, longevo, com grande capacidade de envelhecimento e de alto teor alcóolico. Não é um vinho simples, frutado. Muito pelo contrário. É fechado, tânico e encorpado. Possui incrível complexidade e um inconfundível bouquet. Os melhores são produzidos com uvas de um só vinhedo. Não é um vinho para se tomar como aperitivo. É perfeito no acompanhamento de carnes vermelhas de forte sabor. É um vinho extremamente gastronômico, daqueles que exigem a comida. Aliás, como nos ensina o grande Mestre Ciro Lilla, o vinho foi feito para acompanhar as refeições.
Uma rápida ponderação. Não é demais ressaltar que na Itália os vinhos não são considerados simplesmente bebidas. Mas sim, eles são classificados como alimento.
Quanto à legislação, o Barolo deve envelhecer, no mínimo, três anos em tonéis de carvalho. Somente após esse período é liberado para o mercado. Se ao adquirir, tiver menos de dez anos da safra, a orientação é para abrir a garrafa com bastante antecedência e decantá-lo.
Antigamente era necessário esperar mais de dez anos para degustá-los. Hoje em dia não tanto. Mas, abrir um Barolo antes de uns sete a dez anos de envelhecido é um verdadeiro pecado.
Um cabrito assado, um contrafilé na grelha, ossobuco, carne de cordeiro, uma rabada e muitas outras delícias como o Brasato al Barolo ( prato típico do Piemonte. Uma carne cozida e regada com esse vinho, em baixa temperatura e por um bom tempo, para que a carne fique bem suculenta e pode ser acompanhada com uma polenta regada com o próprio suco da carne. Maravilhoso! ) e muitos tipos de assados, combinam muitíssimo bem com esse maravilhoso vinho que tanto orgulha os italianos.
Que deu água na boca, não resta dúvida.
O cheirinho do assado… o aroma deste vinho simplesmente espetacular…
Não resta outro caminho. O entusiasmo nos motiva.
Vamos erguer a taça e…
Um brinde ao gigantesco Barolo!!
e… Saúde!!
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